sexta-feira, 3 de maio de 2013

Primeira ministra negra da Itália sofre ofensas racistas

globo
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/05/primeiro-ministra-negra-da-italia-enfrenta-ofensas-racistas.html


Reuters
03/05/2013 14h09 - Atualizado em 03/05/2013 14h30
Primeira ministra negra da Itália sofre ofensas racistas


Cecile Kyenge foi nomeada ministra da Integração.
Após ser ofendida, ela disse ter orgulho de ser negra.

Da Reuters
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A primeira ministra negra da Itália respondeu a uma enxurrada de insultos sexistas e racistas dizendo que ela tem orgulho de ser negra, não "de cor", e que a Itália não é realmente um país racista.
Cecile Kyenge foi nomeada ministra da Integração (Foto: Filippo Monteforte/AFP)Cecile Kyenge foi nomeada ministra da Integração (Foto: Filippo Monteforte/AFP)
Cecile Kyenge, uma oftalmologista e cidadã italiana originária da República Democrática do Congo (RDC), foi nomeada ministra da Integração pelo primeiro-ministro Enrico Letta no último sábado, sendo uma das sete mulheres no novo governo.
Desde então, ela tem sido alvo de provocações em sites de extrema-direita, que têm a rotulado com nomes como "macaco congolês", "Zulu" e "a negra anti-italiana".
Ela também enfrentou insultos com toques de racismo de Mario Borghezio, membro da Liga do Norte no Parlamento Europeu, que no passado foi aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Em referência a Kyenge, Borghezio chamou a coalizão de Letta um "governo bonga bonga" - uma brincadeira com o termo "bunga, bunga", atribuído a Berlusconi - e disse que ela parecia ser "uma boa dona de casa, mas não uma ministra".
Kyenge rejeitou os comentários, que a presidente da câmara dos deputados, Laura Boldrini, qualificou como "vulgaridades racistas". Kyenge planeja pressionar por uma legislação, a qual a Liga é contrária, que permitiria às crianças nascidas na Itália de pais imigrantes obterem a cidadania automática, em vez de terem que esperar até os 18 anos para reivindicá-la.
"Cheguei sozinha à Itália aos 18 anos e eu não acredito em desistir diante de obstáculos", disse Kyenge, que deixou o Congo para que pudesse prosseguir os seus estudos em medicina.
Ela também rejeitou o termo "de cor", usado para descrevê-la em muitas reportagens na imprensa italiana, dizendo: "Eu não sou colorida, eu sou negra e digo isso com orgulho."
Kyenge, que é casada com um italiano, disse não ver a Itália como um país particularmente racista e acreditava que as atitudes hostis derivavam principalmente da ignorância.
Boldrini disse a um jornal nesta sexta-feira que recebe ameaças de morte online diariamente e um fluxo de mensagens contendo imagens sexualmente ofensivas.
"Quando uma mulher ocupa um cargo público, a agressão sexista dispara contra ela, sejam simples fofocas simples ou violentas... sempre usam o mesmo vocabulário de humilhação e submissão", disse Boldrini ao jornal La Repubblica.

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