sábado, 9 de novembro de 2013

Caso Zamudio: Assassinos de jovem homossexual recebem pena máxima

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Diversidade Sexual
29.10.2013
Chile ]
Caso Zamudio: Assassinos de jovem homossexual recebem pena máxima

Adital
A luta por justiça no caso de Daniel Zamudio, jovem homossexual assassinado em março de 2012 em Santigo, no Chile, após ser atacado por quatro homens, chegou ao fim. Nesta segunda-feira (28), o Quarto Tribunal Oral Penal puniu Patricio Ahumada Garay com prisão perpétua simples, Alejandro Angulo e Raúl López com 15 anos de prisão e Fabián Mora Mora com sete anos, penas máximas permitidas pela lei.
As punições aplicadas foram condizentes com o que era solicitado pelo promotor Ernesto Vásquez e pelo advogado do Movimento de Integração e Liberação Homossexual (Movilh), Jaime Silva, pois de todas as penas somente a de Fabían Mora foi menor que o solicitado; era pedido para ele oito anos de reclusão.
"Travamos desde o ponto de vista judicial um doloroso processo que termina com a máxima pena estabelecida pela lei para os assassinos e torturadores de Daniel Zamudio, o que dá tranquilidade e paz, pois contribuirá para diminuir o horroroso dano causado”, manifestou o Movilh.
Apesar disto, o movimento ressaltou que as penas máximas possíveis não eram as penas máximas desejáveis. Os representantes do Movilh, assim como Jacqueline Vera, mãe de Daniel, defendiam que Alejandro Angulo e Raúl López mereciam prisão perpétua, assim como foi para Patricio Ahumada.
"Os quatro mereciam ter recebido cadeia perpétua (…) nunca vou estar tranquila. Cada golpe, cada sofrimento do meu filho espero que o paguem na cadeia”, disse a mãe. Já Iván, pai de Daniel, disse ter ficado super satisfeito com a sentença.
A vitória no caso de Daniel foi importante, mas não significa o fim dos crimes motivados por preconceito. Neste momento, um jovem de 21 anos, Wladimir Sepúlveda, está internado e corre risco de vida. No último domingo, ele sofreu agressões físicas e verbais quando caminhava com três amigos na Avenida Independência, no centro de San Francisco de Mostazal, rumo a sua casa. O jovem sofreu traumatismo craniano e apresenta uma hemorragia subdural.
"Jamais imaginávamos que este esperado dia, o dia da sentença contra os assassinos de Zamudio, chegaria enquanto um garoto está correndo risco de vida. É, sem dúvida, um cenário complexo, de sentimentos contraditórios”, manifestou o Movimento de Integração e Liberação Homossexual.
Espera-se que os agressores de Wladimir possam ser punidos pela Lei Zamudio, mecanismo criado após a morte de Daniel para fortalecer a luta contra a discriminação, mas que não pode ser aplicada retroativamente para seus assassinos.
Santuário
Desde que foi enterrado provisoriamente no cemitério geral de Santiago, o túmulo de Daniel vem sendo visitado constantemente por pessoas, sobretudo jovens, que deixam bilhetes, fazem pedidos, deixam orações, ou simplesmente deixam palavras de carinho. Parte dos bilhetes está sendo guardada pelo Movilh.
O movimento vai inaugurar no cemitério geral o jazigo permanente de Daniel e o primeiro Memorial pela Diversidade, que levará seu nome.
"Esperamos que como mostra de aprendizagem sobre o acontecido e de solidariedade máxima, assistam a essa inauguração representantes de todos os setores sociais e políticos, inclusive as autoridades máximas em exercício e eleitas para que juntas e unidas digam ‘não mais ódio, não mais discriminação no Chile’”.

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