quinta-feira, 7 de julho de 2011

ROBERTO ROSSI 7/10

PARTE 7/10
Análise compreensiva da realidade mato-grossense
Roberto Rossi


A grande generosidade está em lutar para que, cada vez mais, essas mãos, sejam de homens ou de povos, se estendam menos, em gestos de súplica. Súplica de humildes a poderosos. E se vão fazendo, cada vez mais, mãos humanas, que trabalhem e transformem o mundo (Paulo Freire)


Sebastião Salgado (MST, BRASIL)
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VII. Pobreza
“O que é a pobreza se não o déficit de direitos?” (Ana Fonseca, Secretária Extraordinária de Combate à Pobreza Extrema)
“Nos anos 90, a cada dez brasileiros, quatro eram miseráveis. Hoje a proporção é de um para dez”. (José Graziano da Silva, candidato brasileiro à direção-geral da FAO).

Mato Grosso
O modelo de ocupação do território mato-grossense vem produzindo “campos ricos de grãos e pobres de gente e cultura” (Vailant, 2005)[1].
O agronegócio é responsável por 70% do Produto Interno bruto (PIB) de Mato Grosso. Nas cidades do interior esse número é de 90%. A área plantada de soja cresceu de 15 mil para 61 mil km2 entre 1990 e 2005. O rebanho bovino passou de 9 para cerca de 27 milhões de cabeças entre 1990 e 2005.
Embora haja o crescimento nominal de riquezas, ela não é distribuída em Mato Grosso. O modelo de desenvolvimento implantado no Estado de Mato Grosso baseado no capitalismo produtivista não prioriza a distribuição da riqueza. Dos 3 milhões de habitantes do Estado atualmente, cerca de 267 mil são identificados na pesquisa do IPEA de 2010 como de extrema de pobreza.
A pobreza em Mato Grosso atinge 1,07 milhão de pessoas, sendo 804 mil pessoas em condições de pobreza absoluta (renda até ½ salário mínimo). A renda mensal per capita dos 40% mais ricos é de R$ 2.987,62 e a dos 10% mais pobres, R$ 106,58.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 indicam, ainda, que somente 11,1% da população mato-grossense tem rede coletora de esgoto na sua casa e apenas 4,4% tem fossa séptica liga à rede[2].




[1] VAILANT, C. Impactos econômicos do modelo de desenvolvimento econômico do estado de Mato Grosso. In: Novos rumos. Cuiabá: SINTEP-MT, 2005. Apud Regina Silva e Michèle Sato. Territórios e identidades: mapeamento dos grupos sociais do Estado de Mato Grosso – Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-753X2010000200004&script=sci_arttext>

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