domingo, 17 de novembro de 2013

União Europeia é pressionada a não comprar carne de gado criado em terras indígenas

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Povos Indígenas
14.11.2013
União Europeia é pressionada a não comprar carne de gado criado em terras indígenas

Adital
Foto: ReproduçãoCarne bovina proveniente de animais criados em terras habitadas por índios isolados no Paraguai poderá ter dificuldades de entrar no mercado europeu. A organização não governamental defensora dos direitos dos povos indígenas Survival International escreveu para a Comissão Europeia solicitando que seus países evitem comprar a carne paraguaia até que cesse o corte árvores nas áreas habitadas pelos indígenas ayoreo-totobiegosodes.e o direito das tribos a suas terras ancestrais seja respeitado.

Há dois anos, a União Europeia vetou o produto tendo em vista a descoberta de focos de febre aftosa, mas, recentemente, recebeu o aval da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, por sua sigla em inglês) para voltar a comprar a carne do país sul-americano.

A Survival cita o exemplo da empresa de criação e abate de gado brasileira Yaguarete Porá S.A., que foi flagrada desmatando a floresta ilegalmente para a criação dos animais no norte do Paraguai, onde os indígenas isolados ayoreo-totobiegosodes.habitam. Estes dependem totalmente da floresta para sobreviverem, uma vez que vivem longe do contato com outros seres humanos. Ou seja, para a instituição, qualquer possível contato entre esses indígenas e os criadores de gado pode ser mortal para os primeiros.

Índios isolados ainda não desenvolveram imunidade suficiente para enfrentar doenças trazidas pelos invasores. Os ayoreos que já tiveram esse contato hoje sofrem com doenças crônicas, principalmente respiratórios, e alguns morreram em decorrência disso.

O diretor da empresa brasileira Marcelo Bastos já afirmou sua intenção de converter parte do território em uma reserva natural privada, mas o restante da mata seria destruída para dar lugar a pastos de criação de bois. Vale ressaltar que os indígenas reclamam a demarcação de toda a sua área desde 1993.

Os indígenas ayoreo-totobiegosodes vivem no Chaco, uma enorme extensão de terras que se estende do Paraguai até a Bolívia e Argentina. Seus territórios foram adquiridos por fazendeiros e especuladores e seguem sendo desmatados rapidamente. Entre os vários grupos diferentes de ayoreos os totobiegosodes são os mais isolados. O nome significa "pessoas do lugar dos porcos selvagens”. São nômades, caçadores e coletores.
A maior ameaça atualmente que enfrentam os totobiegosodes está encarnada na empresa brasileira Yaguarete Porá, que possui 78.000 hectares no coração do seu território.

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