domingo, 29 de junho de 2014

Professores da USP denunciam prisão e flagrante policial forjado

carta maior
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Professores da USP denunciam prisão e flagrante policial forjado

De acordo com Padre Julio Lancelotti, que acompanhava Fábio no momento de sua prisão, o flagrante policial foi forjado.


Nós Somos Fábio Hideki Harano dos professores da USP signatários do texto, via e-mail
DAR
Por que as pessoas protestam?
 
Depois de junho de 2013 uma onda de protestos incomoda os porta-vozes das classes endinheiradas na imprensa. Desde a invocação do direito de ir e vir em São Paulo (sic) até a aceitação do protesto (desde que sem vandalismo!), a grande imprensa elenca vários argumentos contra as liberdades democráticas dos manifestantes.
 
Obviamente, as pessoas comuns protestam porque não podem formar lobbies no Congresso; porque não frequentam as altas rodas em que as políticas  reais são conchavadas; porque não acompanham políticos em jatinhos carregados de drogas. As pessoas protestam quando não são indiferentes.
 
Fabio Hideki Harano é um jovem solidário.  Ele foi a atos em defesa da causa negra sem ser negro. Ele acompanhou a marcha da maconha sem ser usuário. Ele foi ao ato do dia 23 de junho sem condenar black blocs, pichadores e outras formas de indignação da juventude. Quem conhece o Fábio sabe que ele é também pacífico.
 
Fábio pertence ao movimento estudantil da USP e para ele escreveu análises muito ponderadas. Fábio não carregava explosivos quando foi preso nas escadarias do Metrô. Ele só ia para casa.
 
Fabio não pertence a nenhuma associação criminosa como a Polícia o acusa. Ele é aluno e funcionário da USP. E está em greve, exercendo um direito constitucional. O Padre Julio Lancelotti, que o acompanhava, viu que o flagrante policial foi forjado.
 
Os policiais, os juízes do Tribunal de Justiça que lhe determinaram prisão preventiva, o Governador da Opus Dei e  seu secretário e os membros da imprensa que tratam de seu caso com “neutralidade” apenas reforçam a nossa Democracia Racionada. Fabio é uma vítima dela.
 
Se Fábio Hideki Harano e o professor Celso Lusvarghi não forem soltos; se não forem retiradas todas  as falsas acusações contra eles, ninguém poderá dormir tranquilo. Se Fabio  foi preso à luz  do dia só por ser um militante político de esquerda, não é preciso perguntar o que a Democracia Racionada guarda para os jovens presos à noite nas quebradas da vida.
 
Todos nós somos hoje Fábio Hideki Harano. A injustiça que pesa sobre ele pesa sobre nós.
 
Nós Somos Fábio Hideki Harano.
 
Assinam os Professores da USP:
Jorge Grespan – Jorge Luiz Souto Maior – Lincoln Secco – Luiz Renato Martins – Marcos Silva – Ricardo Musse – Vladimir Safatle
 

Créditos da foto: DAR

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